<i>Zara</i>: lucro e exploração
O PCP deu expressão parlamentar à denúncia do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) de que o grupo Zara Portugal está a atacar os direitos dos trabalhadores nas lojas dos centros comerciais Santa Catarina e Dolce Vita, no Porto, e Gaia Shopping. Em causa estão pressões exercidas sobre os trabalhadores para que reduzam os seus horários com cortes nos salários.
O grupo Zara, que «regista avultadíssimos lucros ano após ano», está a propor aos trabalhadores que têm 40 horas semanais a redução para as 35 horas e aos trabalhadores em part-time que trabalham 25 horas a redução para as 20 horas. Com a redução do horário de trabalho, realça o PCP, a empresa está ilegalmente a diminuir o salário destes trabalhadores. Os comunistas acusam ainda a empresa de estar a concretizar este processo «intimidando os trabalhadores e ameaçando com despedimentos».
O PCP considera que a Zara «sabe muito bem que o valor do salário é fundamental para as indemnizações em caso de despedimento e para o pagamento de horas extraordinárias». E sabe também que «por via dos bancos de horas e pelas adaptabilidades, consegue desregular o horário normal de trabalho e assim obrigar os trabalhadores a trabalhar mais para receber ainda menos de salário». Face a isto, o PCP exige a «urgente intervenção» da ACT.